DIÁLOGO
Um
singular pássaro chega de longe
longe
no espaço e no tempo
e
pousa junto ao semelhante menor
menor
nas asas que não sabe abrir.
O
grande vôo experiente
o
simples chegar espontâneo
a
alegre postura da mente
tudo
gera um diálogo franco.
Irmão eu gostei que viesse
mas
não percebo os seus porquês.
Você
é meu semelhante
mas
voa tão diferente.
Devo
e desejo voar assim
sem
outros e mais porquês
que
ter estas asas largas
nascidas
de Deus em mim.
Suas
asas grandes nada humildes
abertas
me trazem o pensar
que
um ambicioso alar maior
é
um poder a nos exceder.
Pense
que é preciso voar
que
a asa existe para se abrir
que
é lindo crer que Deus quer
que
nos alcemos aonde pudermos.
Você
soa tão bem como voa
e
há um quê divino em sua viagem.
Natural
que eu então agradeça
o
seu voar e seu vir aqui.
Se
as práticas do meu ser
são
reais atos de amor
não
são presentes ou renúncias
nada
há para agradecer.
Mas
acho que você ao vir
é
um ser que se divide para mim
assim
me alegro e enriqueço
e
naturalmente agradeço.
Se
o meu chegar foi bom para você
Antes
o foi também para mim
também
para Deus que ama a ação
também
para nossa própria relação.
Mas
antes de você aparecer
não
havia como eu deduzir
que
no meu voar houvesse
mais
sentido que o prazer.
Pelo
que eu trouxe veja você
que
a vontade de voar e viajar
faz
parte do mundo a crescer
nada
há para agradecer.
Mas irmão se devo calar
sem
dizer este obrigado
como
direi esta alegria?
Nada
há mais para dizer
que
seu coração já não diz
alto
voando e muito amando.
TOMA
LÁ
Essa
expectativa de receber
a
mesma
porção entregue
torna
o
ser utilitário
um
mero
contador de saldos.