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CRIATIVIDADE
& SOCIEDADE.
José Predebon
TED
é um portal de difusão do saber ( http://www.ted.com/
). O professor
Predebon foi convidado a falar em um evento TED, em Campinas, SP, neste
mês,
sobre a criatividade em prol da sociedade. Aqui está um
esboço da palestra.
Para assisti-la, inscrever-se: http://www.tedxjardimdaspalmeiras.com/
RIMAS
ENTRE
CRIATIVIDADE E SOCIEDADE.
Falemos
sobre criatividade como uma competência pessoal que
também
interfere no meio
onde se vive. Pode (e deve) ser usada para aperfeiçoar o
entorno. Para tal, além
de não sair dos limites da ética, deve ser
exercida
observando suas afinidades
com sociedade e individualidade, e nunca com individualismo. E sob esse
ângulo,
chegamos a Erich Fromm, um grande pensador da
geração
passada:
LEMBRANDO
ERICH FROMM:
CRIADOR, NÃO IMITE A CRIATURA.
Eis
uma inspirada colocação de Erich Fromm:
“A
pessoa, quando cria, encontra a si, e não é
só:
quando cria, encontra a si e ao
mundo, mas ainda não é só; a pessoa
quando cria
encontra a si, encontra o mundo
e encontra a Deus.” Em
uma interpretação desse
pensamento, sugiro lembrar
que o exercício da criatividade deve ser uma de nossas
competências mais sutis,
e portanto, como conclui Fromm, das mais divinas. Assim, criatividade
não está no
horizonte tecnológico do computador, o artefato
lógico
criado pelo homem, focalizado
no livro “A Nova Mente do Rei”, de Roger Penrose,
cientista
parceiro de Stephen
Hawking; ele defende que a máquina nunca
alcançará
a capacidade do nosso
pensamento.
Criatividade
é, pois,
competência
do ser humano, e este, quando cultiva demais a lógica, passa
a
ser o criador que
renuncia a sua parte melhor e imita a criatura, a máquina
criada
por ele.
Devemos lembrar isso, quando estivermos supervalorizando a
lógica, e nos tornando
máquinas pragmáticas. Por outro lado, quando
quisermos
valorizar a
criatividade, vem a dúvida, será que todos
nós a
temos? Essa pergunta nos leva
à psicologia humanista, de Maslow:
ABRAHAM
MASLOW AFIRMA
NOSSO POTENCIAL CRIATIVO.
Colocação
de Maslow, dos anos sessenta: “ O homem criativo
não
é o homem comum ao qual se
acrescentou algo; o homem criativo é o homem comum do qual
não se retirou nada”.
Difundo essa citação porque acredito que todos
nós
nascemos criativos, e a
prova é o consenso de que todas as crianças
são
criativas. Pois bem, amigos,
todos nós podemos conscientemente usar nossa criatividade
para
tudo, e, por que
não, também para aperfeiçoar a
sociedade. Pois
dela fazemos parte, é uma
estrutura que nasce na individualidade e se expande na
família e
no grupo
dentro do qual batalhamos para sermos felizes. Essa sociedade conta com
nosso
apoio, até para ser melhor para nós mesmos.
Assim, todos
nós temos o que se
chama de “responsabilidade social”.
Então, nada mais
automático do que o impulso
que devemos alimentar de usar nossa criatividade para defender e
aperfeiçoar a
sociedade. Por isso estamos aqui hoje, compartilhando
idéias.
Pois podemos
produzi-las usando a criatividade, que consegue ir além da
escassez de recursos
e além das soluções
previsíveis. E para
fazer isso, desembocamos numa sugestão
prática, o voluntariado.
VOLUNTARIADO,
BOA VIA, INCLUSIVE PARA IDOSOS.
Amigos, sejam quais forem nossas aptidões e
preferências, basta desejar e encontraremos no voluntariado
formas de colaborar
com o aperfeiçoamento da sociedade. É um caminho
prático e eficiente, bastante seguido
hoje em dia. Bem,
chegamos agora a
uma questão da qual sou protagonista:
as relações atuais
entre idosos e sociedade. Um olhar justo nos dirá que esse
é um campo que está
ganhando importância pelo estímulo para os cabelos
brancos
“irem para a rua”.
Contudo ainda há um enorme espaço a ser
preenchido,
notadamente dentro do voluntariado
e suas Ongs. Defendo
sugestões de como a idade mais avançada pode
trazer novas
e boas
perspectivas que estão longe dos tradicionais conceitos de
aposentadoria.
Então, sugiro agora, reflitamos sobre o assunto para
concluir
que nós, idosos,
somos os que mais devem se dar à sociedade. Não
devemos
mais estar correndo
atrás de horários e compromissos. Coloquemo-nos
sob o
teto da criatividade
solucionando problemas e descobrindo oportunidades para a sociedade. Mas
nesse ponto, viria a pergunta -
idoso
não tem um potencial criativo menor?
Respondo que de acordo com a neurociência, as
funções cerebrais decaem mais
pelo desuso do que pela idade. Então sugiro que a partir de
uma
decisão de
participar das soluções para a sociedade com sua
criatividade, todos nós poderemos
nos mobilizar. E os idosos ainda poderão também
remoçar um pouco. Não é uma boa
ideia? Vamos em frente, amigos.
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